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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Como Motivar Seus Alunos a Produzir Textos

Como motivar seu aluno a produzir textos:
☺ Relatos do dia-a-dia;
☺ Notícias da comunidade;
☺ Notícias de jornais e revistas;
☺ Acontecimentos importantes;
☺ Gravuras;
☺ Textos principiados;
☺ Textos em rodinhas;
☺ Textos coletivos;
☺ Textos em dupla;
☺ Livros lidos;
☺ Revistas em quadrinhos;
☺ Debates;
☺ Cartas, bilhetes, avisos;
☺ Relatórios;
☺ Músicas;
☺ Poesias;
☺ Trabalho com sucatas, desenhos, pinturas, origamis, maquetes

fonte:http://tatiana-alfabetizacao.blogspot.com/2008/08/o-ldico-na-aprendizagem.html

Sabedoria - Corujinha


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Lúdico

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sábado, 21 de novembro de 2009

Reletindo sobre trabalhar com Surdos

Refletindo sobre Recursos Visuais Postado por Trabalhando com surdos .

Marcadores: Recursos visuais

Algumas atividades podem contribuir para aquisição da leitura e escrita do aluno surdo. É importante não se equivocar com relação ao uso dos recursos visuais, venho notando que alguns professores resumem o uso de recursos visuais a vídeos legendados e cartazes.
É necessário um olhar crítico sobre esse procedimento, pois não é suficiente o professor apresentar um conteúdo novo, através destes recursos e logo após pedir uma produção textual de um aluno surdo.
É válida a tentativa do professor de usar cartazes ou até mesmo vídeos legendados, isso vai ajudar no entendimento do enredo do Tema. O que precisamos ter em mente é que diferente do ouvinte o surdo não chega á escola com um conhecimento prévio, com uma Língua. Todo conhecimento será repassado pela escola, sendo assim ao trabalhar um texto, o professor deve explorar de forma criativa, e diversificada dos os recursos possíveis.
Tudo isso deve tem como aliado o texto, devemos levar o aluno a ter contato com o texto escrito, esse contato pode acontecer, após o vídeo, ou exposto no quadro de giz ao lado de cada gravura, para que este relacione o escrito com as cenas.
O professor pode explorar atividades que envolvam conteúdos do texto, aproveite os contos e as fábulas para trabalhar de forma interdisciplinar, fazendo com que o estudante faça relação ao tema em contextos distintos. Atividades podem ser desenvolvidas para reforçar a leitura e a escrita, sendo assim o Surdo terá oportunidade de rever as palavras.
Utilize metodologias diferentes, planeje atividades, com diferentes graus de dificuldades, mudar a temporalidade dos conteúdos, faça uma opção por trabalhar com projetos, pois um tempo maior, pode fazer com que o professor note mudanças no processo ensino aprendizagem do aluno Surdo.


fonte:http://trabalhandocomsurdos.blogspot.com/search/label/Recursos%20visuais

Educação especializada - LIBRAS

PARA EDUCADORES DO BRASIL.

Projeto Arara de Leitura Projeto Arara de Brinquedo Biblioteca Digital em Libras Caderno Acadêmico Centro Virtual de Cultura Surda
Revista Virtual de Cultura Surda e Diversidade
Pesquisas em Estudos Surdos /
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Livro Didático Digital/MEC

Boa pesquisa.
Espero que seja para o seu melhor.
Um forte abraço.
Publicada por Educadora Susana Weyl

FONTE:http://tiabolinha.blogspot.com/2009/07/seja-feliz.html

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

HENRY WALLON E A PSICOMOTRICIDADE

Henry Wallon e a Psicomotricidade:

Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, começou a relacionar a motricidade com a emoção, explicando que chamou de “diálogo tônico-emocional”. E com essa teoria, temos o fim do dualismo cartesiano que separa o corpo do desenvolvimento intelectual e emocional do indivíduo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. É possível, através de uma ação educativa, de movimentos espontâneos e atitudes corporais, favorecer a gênese da imagem do corpo, núcleo central da personalidade, os principais objetivos da educação psicomotora, assegura o desenvolvimento funcional tendo em conta possibilidades da criança; ajudar a afetividade a expandir-se e a equilibrar-se através do intercâmbio com o ambiente humano; englobar diversas atividades oferecidas às crianças de forma seqüencial observando a etapa de desenvolvimento em que elas se encontram.
A estimulação Psicomotora Precoce, educação e prevenção de distúrbios, interferindo e estimulando os vários níveis de expressão corporal encontrados no bebê.
A principal Estratégia da Psicomotricidade, se relaciona, ao ato de brincar, desenvolve habilidades de forma natural e agradável, proporciona a aquisição de novos conhecimentos, é estimulante e desenvolve a parte motora, social, emocional e cognitiva. Incluem jogos, brincadeiras é o "brinquedo" propriamente dito. Podem-se distinguir dois tipos de intervenção em psicomotricidade: a terapêutica e a educativa. No primeiro âmbito, encontram-se a reeducação psicomotora, a terapia psicomotora e a clínica psicomotora. No segundo, fala-se em educação psicomotora, a qual tem um caráter eminentemente preventivo, facilitador do desenvolvimento do sujeito, em geral, aplicada às crianças em situação escolar. Busca trabalhar a criança e o grupo em movimento; através da ação espontânea ou organizada a priori. Beneficia-se a integração de si em relação com o outro e ao meio em geral. A Educação Psicomotora, conforme o exposto é compatível com a teoria psicogenética de Wallon, na medida em que respeita a complexidade do ser humano, compreendendo-o em sua multidimensionalidade psíquica, corporal e social, propondo-se a superar as dicotomias corpo-mente, indivíduo-sociedade e razão-emoção, heranças da visão cartesiana de homem que perpassa diversas reflexões ocidentais. A primeira função do movimento, apontada por Wallon em sua psicogenética no estágio tônico-emocional é a de promotora do vínculo social. O autor vê na agitação e choro do bebê um recurso que mobiliza o adulto emocionalmente a fim de que as necessidades da criança sejam seguramente atendidas. Este é um mecanismo bem primitivo do neonato, que dada à imperícia inicial de sua motricidade, apela ao outro para garantir o elo e os cuidados necessários à sua sobrevivência. É no contato mãe-bebê que se instala o diálogo tônico-corporal.
Embora possamos falar e identificar momentos de motricidade de relação pura como é o caso da relação mãe-bebê, ou de enamorados. E, embora possamos falar e identificar momentos de motricidade de realização pura, como quando utilizamos corretamente um talher para nos alimentar; em geral, encontramos um misto destas. Assim, podemos formular que há um diálogo possível entre motricidade de relação e de realização, do mesmo modo que ocorre interação entre afetividade e inteligência ou cognição.

________________________________________
REFERÊNCIA:


DANTAS, P. Para conhecer Wallon: uma psicologia dialética. São Paulo: Brasiliense, 1983.

NASCIMENTO, L.; MACHADO, M. T. Psicomotricidade e aprendizagem. Rio de Janeiro: Enelivros, 1986

http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Paul_Hyacinthe_Wallon

http://www.psicomotricidade.com.br


FONTE:http://frankboniek.blogspot.com/2008/12/hary-wallon-e-psicomotricidade.html
 

 

 

 
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HENRI WALLON - O Educador INtegral

Henri Wallon - O educador integral
Militante apaixonado, o médico, psicólogo e filósofo francês mostrou que as crianças têm também corpo e emoções (e não apenas cabeça) na sala de aula

Foto: Roger ViolletFalar que a escola deve proporcionar formação integral (intelectual, afetiva e social) às crianças é comum hoje em dia. No início do século passado, porém, essa idéia foi uma verdadeira revolução no ensino. Uma revolução comandada por um médico, psicólogo e filósofo francês chamado Henri Wallon (1879-1962). Sua teoria pedagógica, que diz que o desenvolvimento intelectual envolve muito mais do que um simples cérebro, abalou as convicções numa época em que memória e erudição eram o máximo em termos de construção do conhecimento.

Wallon foi o primeiro a levar não só o corpo da criança mas também suas emoções para dentro da sala de aula. Fundamentou suas idéias em quatro elementos básicos que se comunicam o tempo todo: a afetividade, o movimento, a inteligência e a formação do eu como pessoa. Militante apaixonado (tanto na política como na educação), dizia que reprovar é sinônimo de expulsar, negar, excluir. Ou seja, "a própria negação do ensino".

As emoções, para Wallon, têm papel preponderante no desenvolvimento da pessoa. É por meio delas que o aluno exterioriza seus desejos e suas vontades. Em geral são manifestações que expressam um universo importante e perceptível, mas pouco estimulado pelos modelos tradicionais de ensino.

Biografia

Henri Wallon nasceu em Paris, França, em 1879. Graduou-se em medicina e psicologia. Fez também filosofia. Atuou como médico na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ajudando a cuidar de pessoas com distúrbios psiquiátricos. Em 1925, criou um laboratório de psicologia biológica da criança. Quatro anos mais tarde, tornou-se professor da Universidade Sorbonne e vicepresidente do Grupo Francês de Educação Nova – instituição que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele país e da qual foi presidente de 1946 até morrer, também em Paris, em 1962. Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infância e os caminhos da inteligência nas crianças. Militante de esquerda, participou das forças de resistência contra Adolf Hitler e foi perseguido pela Gestapo (a polícia política nazista) durante a Segunda Guerra (1939-1945). Em 1947, propôs mudanças estruturais no sistema educacional francês. Coordenou o projeto Reforma do Ensino, conhecido como Langevin-Wallon – conjunto de propostas equivalente à nossa Lei de Diretrizes e Bases. Nele, por exemplo, está escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliação escolar. Em 1948, lançou a revista Enfance, que serviria de plataforma de novas idéias no mundo da educação – e que rapidamente se transformou numa espécie de bíblia para pesquisadores e professores.

Afetividade

As transformações fisiológicas em uma criança (ou, nas palavras de Wallon, em seu sistema neurovegetativo) revelam traços importantes de caráter e personalidade. "A emoção é altamente orgânica, altera a respiração, os batimentos cardíacos e até o tônus muscular, tem momentos de tensão e distensão que ajudam o ser humano a se conhecer", explica Heloysa Dantas, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), estudiosa da obra de Wallon há 20 anos. Segundo ela, a raiva, a alegria, o medo, a tristeza e os sentimentos mais profundos ganham função relevante na relação da criança com o meio. "A emoção causa impacto no outro e tende a se propagar no meio social", completa a pedagoga Izabel Galvão, também da USP. Ela diz que a afetividade é um dos principais elementos do desenvolvimento humano.

Wallon na escola: humanizar a inteligência


Desenho ilustra a proporção do corpo:
pessoa como um todoDiferentemente dos métodos tradicionais (que priorizam a inteligência e o desempenho em sala de aula), a proposta walloniana põe o desenvolvimento intelectual dentro de uma cultura mais humanizada. A abordagem é sempre a de considerar a pessoa como um todo. Elementos como afetividade, emoções, movimento e espaço físico se encontram num mesmo plano. As atividades pedagógicas e os objetos, assim, devem ser trabalhados de formas variadas. Numa sala de leitura, por exemplo, a criança pode ficar sentada, deitada ou fazendo coreografias da história contada pelo professor. Os temas e as disciplinas não se restringem a trabalhar o conteúdo, mas a ajudar a descobrir o eu no outro. Essa relação dialética ajuda a desenvolver a criança em sintonia com o meio.

Movimento

Segundo a teoria de Wallon, as emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade, portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação. Por que, então, a disposição do espaço não pode ser diferente? Não é o caso de quebrar a rigidez e a imobilidade adaptando a sala de aula para que as crianças possam se movimentar mais? Mais que isso, que tipo de material é disponibilizado para os alunos numa atividade lúdica ou pedagógica? Conforme as idéias de Wallon, a escola infelizmente insiste em imobilizar a criança numa carteira, limitando justamente a fluidez das emoções e do pensamento, tão necessária para o desenvolvimento completo da pessoa.

Estudos realizados por Wallon com crianças entre 6 e 9 anos mostram que o desenvolvimento da inteligência depende essencialmente de como cada uma faz as diferenciações com a realidade exterior. Primeiro porque, ao mesmo tempo, suas idéias são lineares e se misturam – ocasionando um conflito permanente entre dois mundos, o interior, povoado de sonhos e fantasias, e o real, cheio de símbolos, códigos e valores sociais e culturais.

Um mundo em crise


Soldados celebram o fim da Primeira Guerra
em Paris: conflitos em série.
Foto: HULTON ARCHIVE/Getty ImagesCrises sociais e instabilidades políticas foram fundamentais para o francês Henri Wallon construir sua teoria pedagógica. As duas grandes guerras mundiais, o avanço dos regimes fascista e nazista na Europa, a revolução comunista na Rússia e as guerras pela libertação das colônias africanas, na primeira metade do século 20, serviram de estímulo para que ele organizasse suas idéias. A valorização da afetividade (emoções) como elemento essencial no desenvolvimento da pessoa trouxe um novo alento à filosofia da educação. Isso explica, em parte, a visão marxista que deu à sua obra e por que aderiu, no período anterior à Primeira Guerra, aos movimentos de esquerda e ao Partido Socialista Francês. "Ditadura e educação", dizia ele, "são inimigos eternos."

Nesse conflito entre situações antagônicas ganha sempre a criança. É na solução dos confrontos que a inteligência evolui. Wallon diz que o sincretismo (mistura de idéias num mesmo plano), bastante comum nessa fase, é fator determinante para o desenvolvimento intelectual. Daí se estabelece um ciclo constante de boas e novas descobertas.

O eu e o outro

A construção do eu na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para ser referência, seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise de oposição, em que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si própria. Isso se dá aos 3 anos de idade, a hora de saber que "eu" sou. "Manipulação (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo), sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase", diz a professora Angela Bretas, da Escola de Educação Física da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. "Até mesmo a dor, o ódio e o sofrimento são elementos estimuladores da construção do eu", emenda Heloysa Dantas. Isso justifica o espírito crítico da teoria walloniana aos modelos convencionais de educação.

Para pensar

A teoria de Henri Wallon ainda é um desafio para muitos pais, escolas e professores. Sua obra faz uma resistência contumaz aos métodos pedagógicos tradicionais. Numa época de crises, guerras, separações e individualismos como a nossa, não seria melhor começar a pôr em prática nas escolas idéias mais humanistas, que valorizem desde cedo a importância das emoções?
Quer saber mais?

Henri Wallon: uma Concepção Dialética do Desenvolvimento Infantil, Izabel Galvão, 136 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2246-5552, 20 reais
A Infância da Razão: Uma Introdução à Psicologia da Inteligência de Henri Wallon, Heloysa Dantas, 112 págs., Ed. Manole, tel. (11) 4196-6000 (edição esgotada)
As Origens do Caráter na Criança, Henri Wallon, 278 págs., Ed. Nova Alexandria, tel. (11) 5571-5637 (edição esgotada)
As Origens do Pensamento na Criança, Henri Wallon, 540 págs., Ed. Manole (edição esgotada)
Piaget, Vygotsky e Wallon: Teorias Psicogenéticas em Discussão, Yves de la Taille, Marta Kohl de Oliveira e Heloysa Dantas, 120 págs., Summus Editorial, tel. (11) 3865-9890, 26,90 reais



fonte:http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/educador-integral-423298.shtml
 

 

 

 
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terça-feira, 3 de novembro de 2009

A importância da Psicomotricidade Para o Psicólogo

A importância da Psicomotricidade para o psicólogo


Por Anderson Vilhena Santoro Mariano, Psicólogo Psicomotricista



Nos últimos anos, um número cada vez mais expressivo de psicólogos, em suas diversas áreas de atuação – clínica, educacional e organizacional, tem recorrido a uma técnica, uma abordagem chamada Psicomotricidade. A abordagem psicomotora propõe uma visão holística do homem, integrando as funções cognitivas, motoras e emocionais, pensando o homem em sua interação no contexto psicossocial.

Para entendermos a importância que a Psicomotricidade assume no contexto da psicologia ressaltamos o número significativo de crianças que chegam à clínica com queixas escolares, como, por exemplo, dificuldade na alfabetização e problemas na interação social.

Ao pensarmos na infância hoje, nos damos conta da falta de espaço que a criança tem para brincar, seja por questões sociais ou pela própria dinâmica familiar. A violência e o medo impedem que as crianças brinquem na rua, o excesso de atividades como inglês, computação, judô, futebol, a falta de tempo dos pais para estarem com seus filhos, para levá-los a um parque, por exemplo, constituem fortes características da infância. A tecnologia presente na vida da criança desde muito cedo também é um fator de destaque no contexto atual – computador, vídeo game. Todas essas situações restringem muito o brincar da criança que é a fonte de descobertas, de aprendizagem, não só em relação com si mesma, mas em interação com o grupo. A criança é capaz de passar horas sozinha, na frente do computador ou da televisão, mas não consegue brincar de pular corda. Pode se mostrar desajeitada ao tentar subir em uma árvore, porém irá ter uma habilidade fantástica ao manusear o controle do vídeo game. As atividades acabam sendo, em grande parte, solitárias e sem estimulação motora. A criança não corre mais, não percebe os movimentos que pode realizar, não domina seu próprio corpo, sentindo-se insegura em relação com o mundo.

Essa realidade irá repercutir no desenvolvimento emocional, cognitivo e social, restringindo possibilidades nas aquisições motoras que serão a base para muitas aprendizagens escolares.

Por exemplo, a criança que não tem o domínio corporal e que, portanto, não sabe com que lado desempenha as suas atividades com maior facilidade e desenvoltura, exercendo – indiscriminadamente – ora uma atividade com membro direito, ora com membro esquerdo, terá mais dificuldade para reconhecer as noções de esquerda e direita sendo essas noções importantes num processo de aprendizagem mais sistemática. Talvez essa criança não reconheça com facilidade a diferença do das letras p,b, q, d.

Toda criança se sente bem na medida em que seu corpo lhe obedece, que o conhece bem, que se sente segura e confiante ao se movimentar e ao agir. Como exemplo podemos citar a criança que consegue se vestir sozinha, que manuseia com facilidade os talheres à mesa é certamente uma criança mais realizada e satisfeita com suas conquistas, pode por isso ser mais valorizada e reconhecida pela escola, família e amigos, favorecendo a auto-estima e a auto-imagem positiva.

Ampliando essas questões podemos pensar no adulto que expressa no corpo o seu modo de ser. Mesmo à distância é possível identificarmos uma pessoa mais insegura ou aquela mais agressiva, assertiva, simplesmente pela maneira de se portar, andar, gesticular. O corpo é o berço de uma vivência emocional, e é justamente esse corpo um dos focos de estudo da Psicomotricidade. O quanto essas questões emocionais podem ser trabalhadas na medida em que haja uma intervenção corporal. Novas vivências emocionais dependem de uma nova relação com o próprio corpo.

Por fim, citamos o homem em seu contexto profissional. A Psicomotricidade com suas propostas de vivência em grupo procura estimular e favorecer a comunicação, o trabalho em equipe, o despertar para a liderança, na medida em que faz pensar e falar aquele que participa da proposta. Valores como participação, solidariedade, espírito de equipe, entre outros são trabalhados nas propostas psicomotoras.

Assim, a Psicomotricidade procura instrumentalizar o homem, não só a partir de sua vivência corporal, mas também da vivência sócio-emocional e cognitiva, para que este, mais realizado e satisfeito com suas conquistas, perceba-se em sua totalidade vivenciando sua existência de modo pleno.

Anderson Vilhena Santoro Mariano
Psicólogo Clínico e Psicomotricista



fonte:http://www.espacocuidar.com.br/psicologia/artigos/a-importancia-da-psicomotricidade-para-o-psicologo

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Fantastica Criatividade das crianças



























Para mim, uma caixa de contagem e um quebra cabeças,
para elas uma vila, fazenda e muita diversão.
Acompanhe e deixe um comentário

participação de Bianca e Juliane - 2009

A importância do resgate do lúdico

Depois de refletir sobre a infância e o brincar, buscaremos compreender o espaço que as
atividades lúdicas ocupam na vida das crianças. Para isso, algumas questões são importantes
apontar: è permitido às crianças exercerem seu direito de brincar espontaneamente? Conhecemos
os brinquedos e as brincadeiras com as quais as crianças vivenciam situações lúdicas?
Podemos considerar o brincar como um fato universal, pois sua linguagem abrange todas
as crianças do mundo independente da idade, sexo, raça ou classe social. Mas, podemos
considerar como universal que todas as crianças brincam?
Procurando refletir sobre as questões apontadas acima, vimos que nas últimas décadas, o
avanço tecnológico e científico ocorreu de maneira extremamente acelerada, e com isto várias
transformações aconteceram no interior da sociedade. Em relação ao desenvolvimento da criança
e ao brincar podemos considerar como avanços, os estudos e pesquisas desenvolvidos acerca
desta temática, a conscientização por parte de educadores da importância do brincar para o
desenvolvimento integral das crianças e uma preocupação maior em relação à segurança na
fabricação dos brinquedos. (FRIEDMANN, 1998). Como retrocessos podemos apontar que as
condições sociais e tecnológicas da modernidade comprometeram, de certa forma o espaço, o
tempo, e os objetos de brincar. As crianças perderam o espaço e a segurança das ruas e calçadas,
com isso perderam também parte da liberdade na escolha das suas brincadeiras e companheiros.
As grandes cidades, os pequenos apartamentos não permitem mais as interações sociais. Com a
modernidade as crianças não têm tempo para “perder” com brincadeiras, pois têm uma série de
responsabilidades que são consideradas mais importantes, como cursos de informática, línguas,
danças, esportes, etc. As instituições escolares são também fotografias destas mudanças de
valores, as brincadeiras foram deixadas de lado em detrimento das atividades pedagógicas, que
são mais produtivas.
Em relação à experiência do brincar é necessário que aconteça uma busca coletiva dos
valores ficados para trás, dos brinquedos tradicionais, autênticos, construídos a base de materiais
simples, mas com infinitas possibilidades de brincar e sonhar; como as bolinhas de gude, as
pipas de papel de seda, o cavalinho de pau, a boneca de pano, os carrinhos de madeira, as
latinhas reaproveitadas que serviam para a construção de uma infinidade de objetos para brincar.
Precisa-se também, que haja um resgate das brincadeiras da nossa cultura popular, as
brincadeiras alegres, cheias de energia e companheirismo, como: o pique-esconde, a amarelinha,
o soltar pipa, o brincar de casinha, o passar anel, o futebol de rua, as brincadeiras de roda;
experiências gostosas e saudáveis, nas quais as crianças corriam, pulavam, rolavam, brigavam e
aprendiam. São estas brincadeiras que deixam saudades e que marcam a vida das pessoas, pois
são significativas e acontecem profundamente na experiência de ser criança.
ABRAMOVICH (1983), desenvolveu um trabalho de pesquisa com objetivo da saber se
as crianças de hoje ainda brincam e com o que brincam e foi conversar diretamente com elas.
Baseada nos depoimentos das crianças, chegou às seguintes considerações:
Vejam só, as crianças não estão vendo muita graça nestes brinquedos passivos, que só pedem que
se olhem e que se lidem com eles cumprindo ordens, no melhor estilo escolar e no pior enfoque
lúdico... E tem mais: não gostam não de brincar sozinhas e não estão vendo muito charme nessas
propostas segregacionistas e isoladas... Querem companhia pra brincar! (...) E se ainda preferem
os brinquedos de sempre, aqueles que são eternos, como o carrinho e a boneca, se estes
continuam a grande paixão (com todas as razões), estão perdendo todos os referenciais de
antigamente por que os pais não estão lhes passando as magias e fascínios de suas próprias
infâncias... (p. 152-53)
A televisão, inserida em um universo de mudanças e de novos valores na sociedade, além
de instrumento eficiente na divulgação de brinquedos modernos passou a concorrer fortemente
com as brincadeiras livres e tradicionais das crianças, trazendo novas concepções acerca do que
seja entretenimento. As crianças por uma série de motivos como: falta de companhia para
brincar, escassez de tempo dos pais para acompanhá-la nas diversões, falta de brinquedo e de
espaço físico, passam horas diante da imagem sedutora da TV.
O computador, grande símbolo da modernidade, se tornou mais um instrumento no rol
dos brinquedos das crianças. Juntamente com a internet, ambos contemporâneos à televisão,
fazem parte também de um novo paradigma acerca do que seja o lúdico, paradigma este que vem
sendo construído paralelamente aos avanços científicos e tecnológicos da nossa sociedade.
Contudo, mesmo variando as formas e/ou as concepções, as crianças continuam a brincar,
desde a criança dos centros das cidades, das periferias, ou do campo; desde a criança carente até
a com melhores condições econômicas, até a criança de rua ou a institucionalizada, fato é, que
todas elas procuram maneiras e espaços para se descobrirem e descobrir o mundo através de suas
brincadeiras.
Nas últimas décadas temos conhecimento de algumas iniciativas que buscam resgatar os
brinquedos e o brincar no seu sentido amplo, que são as Brinquedotecas, estrutura física e social
que têm como principal objetivo a promoção do "desenvolvimento de atividades lúdicas e o
empréstimo de brinquedos e materiais de jogo". (KISHIMOTO, 1998).


fonte: trecho do trabalho desenvolvido pelas professoras: Edna Mara Gonzaga Rodrigues Puga
Léa Stahlschmidt Pinto Silva

Encanto


Ludicidade como Instrumento Pedagogico

LUDICIDADE COMO INSTRUMENTO PEDAGÓGICO
Profª. Esp. Anne Almeida


O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo".Se se achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo.
A evolução semântica da palavra "lúdico", entretanto, não parou apenas nas suas origens e acompanhou as pesquisas de Psicomotricidade. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
Passando a necessidade básica da personalidade, do corpo e da mente. O lúdico faz parte das atividades essenciais da dinâmica humana. Caracterizando-se por ser espontâneo funcional e satisfatório.
Sendo funcional: ele não deve ser confundido com o mero repetitivo, com a monotonia do comportamento cíclico, aparentemente sem alvo ou objetivo. Nem desperdiça movimento: ele visa produzir o máximo, com o mínimo de dispêndio de energia.
Segundo Luckesi são aquelas atividades que propiciam uma experiência de plenitude, em que nos envolvemos por inteiro, estando flexíveis e saudáveis. Para Santin, são ações vividas e sentidas, não definíveis por palavras, mas compreendidas pela fruição, povoadas pela fantasia, pela imaginação e pelos sonhos que se articulam como teias urdidas com materiais simbólicos. Assim elas não são encontradas nos prazeres estereotipados, no que é dado pronto, pois, estes não possuem a marca da singularidade do sujeito que as vivencia.
Na atividade lúdica, o que importa não é apenas o produto da atividade, o que dela resulta, mas a própria ação, o momento vivido. Possibilita a quem a vivencia, momentos de encontro consigo e com o outro, momentos de fantasia e de realidade, de ressignificação e percepção, momentos de autoconhecimento e conhecimento do outro, de cuidar de si e olhar para o outro, momentos de vida.
Uma aula com características lúdicas não precisa ter jogos ou brinquedos. O que traz ludicidade para a sala de aula é muito mais uma "atitude" lúdica do educador e dos educandos. Assumir essa postura implica sensibilidade, envolvimento, uma mudança interna, e não apenas externa, implica não somente uma mudança cognitiva, mas, principalmente, uma mudança afetiva. A ludicidade exige uma predisposição interna, o que não se adquire apenas com a aquisição de conceitos, de conhecimentos, embora estes sejam muito importantes. Uma fundamentação teórica consistente dá o suporte necessário ao professor para o entendimento dos porquês de seu trabalho. Trata-se de ir um pouco mais longe ou, talvez melhor dizendo, um pouco mais fundo. Trata-se de formar novas atitudes, daí a necessidade de que os professores estejam envolvidos com o processo de formação de seus educandos. Isso não é tão fácil, pois, implica romper com um modelo, com um padrão já instituído, já internalizado.
A escola tradicional, centrada na transmissão de conteúdos, não comporta um modelo lúdico. Por isso é tão freqüente ouvirmos falas que apóiam e enaltecem a importância do lúdico estar presente na sala de aula, e queixas dos futuros educadores, como também daqueles que já se encontram exercendo o magistério, de que se fala da importância da ludicidade, se discutem conceitos de ludicidade, mas não se vivenciam atividades lúdicas. Fala-se, mas não se faz. De fato não é tão simples uma transformação mais radical pelas próprias experiências que o professor tem ao longo de sua formação acadêmica.
Como bem observa Tânia Fortuna, em uma sala de aula ludicamente inspirada,
convive-se com a aleatoriedade, com o imponderável; o professor renuncia à centralização, à onisciência e ao controle onipotente e reconhece a importância de que o aluno tenha uma postura ativa nas situações de ensino, sendo sujeito de sua aprendizagem; a espontaneidade e a criatividade são constantemente estimuladas.
Podemos observar que essas atitudes, de um modo geral, não são, de fato, estimuladas na escola. Para Jucimara: "as atividades lúdicas permitem que o indivíduo vivencie sua inteireza e sua autonomia em um tempo-espaço próprio, particular. Esse momento de inteireza e encontro consigo gera possibilidades de autoconhecimento e de maior consciência de si".
São lúdicas as atividades que propiciem a vivência plena do aqui-agora, integrando a ação, o pensamento e o sentimento. Tais atividades podem ser uma brincadeira, um jogo ou qualquer outra atividade que possibilite instaurar um estado de inteireza: uma dinâmica de integração grupal ou de sensibilização, um trabalho de recorte e colagem, uma das muitas expressões dos jogos dramáticos, exercícios de relaxamento e respiração, uma ciranda, movimentos expressivos, atividades rítmicas, entre outras tantas possibilidades. Mais importante, porém, do que o tipo de atividade é a forma como é orientada e como é experienciada, e o porquê de estar sendo realizada.
Enquanto educadores damos ênfase às metodologias que se alicerçam no "brincar", no facilitar as coisas do aprender através do jogo, da brincadeira, da fantasia, do encantamento. A arte-magia do ensinar-aprender (Rojas, 1998), permite que o outro construa por meio da alegria e do prazer de querer fazer.
O jogo e a brincadeira estão presentes em todos as fases da vida dos seres humanos, tornando especial a sua existência. De alguma forma o lúdico se faz presente e acrescenta um ingrediente indispensável no relacionamento entre as pessoas, possibilitando que a criatividade aflore.
Por meio da brincadeira a criança envolve-se no jogo e sente a necessidade de partilhar com o outro. Ainda que em postura de adversário, a parceria é um estabelecimento de relação. Esta relação expõe as potencialidades dos participantes, afeta as emoções e põe à prova as aptidões testando limites. Brincando e jogando a criança terá oportunidade de desenvolver capacidades indispensáveis a sua futura atuação profissional, tais como atenção, afetividade, o hábito de permanecer concentrado e outras habilidades perceptuais psicomotoras. Brincando a criança torna-se operativa.
Observamos que quando existe representação de uma determinada situação (especialmente se houver verbalizado) a imaginação é desafiada pela busca de solução para problemas criados pela vivência dos papéis assumidos. As situações imaginárias estimulam a inteligência e desenvolvem a criatividade.
O ato de criar permite uma Pedagogia do Afeto na escola. Permite um ato de amor, de afetividade cujo território é o dos sentimentos, das paixões, das emoções, por onde transitam medos, sofrimentos, interesses e alegrias. Uma relação educativa que pressupõem o conhecimento de sentimentos próprios e alheios que requerem do educador a disponibilidade corporal e o envolvimento afetivo, como também, cognitivo de todo o processo de criatividade que envolve o sujeito-ser-criança.
A afetividade é estimulada por meio da vivência, a qual o educador estabelece um vínculo de afeto com o educando. A criança necessita de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem. O afeto pode ser uma maneira eficaz de se chegar perto do sujeito e a ludicidade, em parceria, um caminho estimulador e enriquecedor para se atingir uma totalidade no processo do aprender.
Percebemos em Machado (1966) o ressaltar do jogo como não sendo qualquer tipo de interação, mas sim, uma atividade que tem como traço fundamental os papéis sociais e as ações destes derivadas em estreita ligação funcional com as motivações e o aspecto propriamente técnico-operativo da atividade. Dessa forma destaca o papel fundamental das relações humanas que envolvem os jogos infantis.
Entender o papel do jogo nessa relação afetiva-emocional e também de aprendizagem requer que percebamos estudos de caráter psicológico, como mecanismos mais complexos, típicos do ser humano, como a memória, a linguagem, a atenção, a percepção e aprendizagem. Elegendo a aprendizagem como processo principal do desenvolvimento humano enfocamos Vygotsky (1984) que afirma: a zona de desenvolvimento proximal é o encontro do individual com o social, sendo a concepção de desenvolvimento abordada não como processo interno da criança, mas como resultante da sua inserção em atividades socialmente compartilhadas com outros. Atividades interdisciplinares que permitem a troca e a parceria. Ser parceiro é sê-lo por inteiro. Nesse sentido, o conhecimento é construído pelas relações interpessoais e as trocas recíprocas que se estabelecem durante toda a vida formativa do indivíduo.
Machado (1966) salienta, que a interação social implica transformação e contatos com instrumentos físicos e/ou simbólicos mediadores do processo de ação. Esta concepção reconhece o papel do jogo para formação do sujeito, atribuindo-lhe um espaço importante no desenvolvimento das estruturas psicológicas. De acordo com Vygtsky (1984) é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva. Segundo o autor a criança comporta-se de forma mais avançada do que nas atividades da vida real, tanto pela vivência de uma situação imaginária, quanto pela capacidade de subordinação às regras.
A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento.
A formação do sujeito não é um quebra-cabeça com recortes definidos, depende da concepção que cada profissional tem sobre a criança, homem, sociedade, educação, escola, conteúdo, currículo. Neste contexto as peças do quebra-cabeça se diferenciam, possibilitando diversos encaixes. Negrine( 1994) sugere três pilares que sustentariam uma boa formação profissional, com a qual concordamos: a formação teórica, a prática e a pessoal, que no nosso entendimento, a esta última preferimos chamá-la de formação lúdica interdisciplinar. Este tipo de formação é inexistente nos currículos oficiais dos cursos de formação do educador, entretanto, algumas experiências têm-nos mostrado sua validade e não são poucos os educadores que têm afirmado ser a ludicidade a alavanca da educação para o terceiro milênio.
A formação lúdica interdisciplinar se assenta em propostas que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros educadores vivências lúdicas, experiências corporais que se utilizam da ação do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte dinamizadora.
Quanto mais o adulto vivenciar sua ludicidade, maior será a chance deste profissional trabalhar com a criança de forma prazerosa, enquanto atitude de abertura às práticas inovadoras. Tal formação permite ao educador saber de suas possibilidades e limitações, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança.
Percebemos com isso que se o professor tiver conhecimento e prazer, mais probabilidade existirá de que os professores/aprendizes se utilizem desse "modelo" na sua sala de aula. Nóvoa (1991) afirma que o sucesso ou insucesso de certas experiências marcam a nossa postura pedagógica, fazendo-nos sentir bem ou mal com esta ou aquela maneira de trabalhar na sala de aula.
Ao sentir que as vivências lúdicas podem resgatar a sensibilidade, até então adormecida, ao perceber-se vivo e pulsante, o professor/aprendiz faz brotar o inesperado, o novo e deixa cair por terra que a lógica da racionalidade extingue o calor das paixões, que a matemática substitui a arte e que o humano dá lugar ao técnico (Santin, 1990), permitindo o construir alicerçado no afeto, no poder fazer, sentir e viver.
Poder vivenciar o processo do aprender colocando-se no lugar da criança, permitindo que a criatividade e a imaginação aflorem através da interdisciplinaridade enquanto atitude. A intersubjetividade se mostre por meio do afeto e da alegria de poder liberar o que cada sujeito (professor) trás consigo mesmo e quanto pode contribuir com o outro.
Segundo Snyders (1988) o despertar para o valor dos conteúdos das temáticas trabalhadas é que fazem com que o sujeito aprendiz tenha prazer em aprender. Conteúdos estes despertados pelo prazer de querer saber e conhecer. Devemos despertá-los para, com sabedoria, podermos exteriorizá-los na nossa vida diária. A alegria, a fé, a paz, a beleza e o prazer das coisas estão dentro de nós.
Por entender e concordar com o autor percebemos que se o professor não aprende com prazer não poderá ensinar com prazer. É isso que procuramos fazer em nossa prática pedagógica, dando ênfase à formação lúdica: ensinar e sensibilizar o professor-aprendiz para que, através de atividades dinâmicas e desafiadoras, despertem no sujeito-aprendiz o gosto e a curiosidade pelo conhecimento. Curiosidade que segundo Freire (1997) é natural e cabe ao educador torná-la epistemológica.
Tudo se decide no processo de reflexão que o professor leva a cabo sobre sua própria ação (Nóvoa, 1995).
O homem da ciência e da técnica perdeu a felicidade e a alegria de viver, perdeu a capacidade de brincar, perdeu a fertilidade da fantasia e da imaginação guiadas pelo impulso lúdico (Santin, 1994).
Que a sala de aula seja um ambiente em que o autoritarismo seja trocado pela livre expressão da atitude interdisciplinar (Fazenda, 1994).
Que as aulas sejam vivas e num ambiente de inter-relação e convivência (Masseto, 1992).
A formação lúdica possibilita ao educador conhecer-se como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquear resistências e ter uma visão clara sobre a importância do jogo e do brinquedo para a vida da criança, do jovem e do adulto (Santos, 1997; Kishimoto, 1999).
A afetividade como sustentáculo significativo e fundamental de uma pedagogia que se alicerça na arte-magia interdisciplinar do ensinar-aprender (Rojas, 1998).
Sala de aula é um lugar de brincar se o professor consegue conciliar os objetivos pedagógicos com os desejos do aluno. Para isso é necessário encontrar equilíbrio sempre móvel entre o cumprimento de suas funções pedagógicas e contribuir para o desenvolvimento da subjetividade, para a construção do ser humano autônomo e criativo. Credita ao aluno, isto é, 'a sua ação, à parte de responsabilidade no desenvolvimento. Mesmo procurando fazer sua parte, o professor e a escola dão/respeitam a possibilidade de que outra coisa aconteça.
Como tão bem afirma Tânia Fortuna: Brincar na sala de aula é uma aposta.


Referências Bibliográficas:
VYGOTSKY, L.S. (1993) Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.
FORTUNA, Tânia Ramos. Formando professores na Universidade para brincar. In: SANTOS, Santa Marli P.dos (org.). A ludicidade como ciência. Petrópolis: Vozes, 2001, p.116.
FAZENDA, I. C. (1995) A Interdisciplinaridade: história, teoria e pesquisa. Campinas/SP, Papirus.
MORIN, E. (1999). Amor, Poesia e Sabedoria. Lisboa: Instituto Piaget.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese. In: LUCKESI, Cipriano Carlos (org.) Ludopedagogia - Ensaios 1: Educação e Ludicidade. Salvador: Gepel, 2000.
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* Profª. Esp. Anne Almeida
Licenciada em Educação Física Pelas Faculdades Montenegro - Ibicaraí, Bahia;
Especialista em Educação Física Escolar pela Universidade Salgado de Oliveira - RJ
Professora da Rede Estadual em Itabuna Bahia:
Colégios: Eraldo Tinoco Melo e Colégio Modelo - Luis Eduardo Magalhães;
Docente Das Faculdades Montenegro nos cursos de Educação Física e Pedagogia;


fonte:recebi este texto do grupo sugestão de atividades

quinta-feira, 2 de julho de 2009